terça-feira, 27 de agosto de 2013

TERCEIRA GUERRA MUNDIAL?

Não há mais dúvidas de que foram usadas armas químicas na Síria. As fotos de centenas de cadáveres de civis, inclusive de mulheres e muitas crianças, sem ferimentos, são conclusivas.
Há um acordo internacional de proibição radical desse tipo de armamento, por desnatural e anti humano, e por, generalizando-se o uso, colocar em risco toda a humanidade.
Em casos assim é prevista uma ação conjunta de países, sob a iniciativa e orientação da ONU, para intervenção, com a finalidade de acabar com o conflito e punir os que usaram as aludidas armas.
Só que a história na Síria está complicada, como veremos, é há o antecedente do Iraque, quando os Estados Unidos, à revelia, da ONU invadiu esse país, por causa das armas químicas e atômicas estocadas, ao preço de milhares de vidas de civis, sem que nem uma arma química ou atômica fosse encontrada.
Foi só um pretexto para uma guerra de saneamento ideológico e garantia de petróleo na região.

Mas o que há de fato por trás disso?
Os planos de Obama, de invasão do Irã e da Síria são antigos. No dia 28 de janeiro deste ano, hackers interceptaram e-mails da empresa britânica Britam Defesa, e descobriram que Obama estava se preparando para as citadas invasões, o que mereceu resposta imediata de Moscou, que isso seria o início da III Guerra Mundial.
Mas, o mais importante é que esses e-mail deixaram bem claro a farsa de que estão se valendo os Estados Unidos e a União Européia, para iniciar o conflito.
Dois e-mails hackeados deixam as coisas bem claras:

1º) Email 1: Phil, Temos uma nova oferta. É sobre a Síria novamente. Catar propõe um negócio atraente e jurar que a idéia é aprovado por Washington. Nós vamos ter que entregar uma CW (arma química) para Homs (Síria), a origem soviética g-shell da Líbia semelhantes aos que Assad deveria ter. Eles querem implantar nosso pessoal ucranianos que deve falar russo e fazer um registro de vídeo. Francamente, eu não acho que é uma boa ideia, mas as quantias propostas são enormes. A sua opinião? Atenciosamente David
2º) E-mail 2: Phil, por favor, ver detalhes em anexo de medidas preparatórias sobre a questão iraniana. A participação de Britam na operação é confirmada pelos sauditas. (tradução do Google)

Vamos destrinchar, para entender:  no primeiro e-mail:  uma empresa de mercenários britânicos, com o aval dos governos britânico e norte-americano recrutariam russos, também mercenários, para lançar armas químicas na Síria (quimicamente semelhantes às produzidas pela Rússia e que estão na Líbia). No momento em que estivessem lançando, seria gravado em vídeo o lançamento, feito por russos. Quem pagaria pelo serviço? A Arábia Saudita, ou melhor, os americanos, através dos sauditas.
Investigações internacionais, provavelmente da ONU, concluiriam que foram os russos, aliados do governo sírio, que lançaram as bombas químicas.
No segundo e-mail a autorização para que a operação seja iniciada, com a participação da empresa britânica.
Por causa desses e-mails é que ontem,27/08, o Ministério das Relações Exteriores russo emitiiu nota afirmando: "As tentativas de ignorar o Conselho de Segurança, mais uma vez para criar desculpas infundadas artificiais para uma intervenção militar na região estão repletas de novo sofrimento na Síria e consequências catastróficas para outros países do Oriente Médio e Norte da África. "
O que mais irritou os russos foi que a ação do ataque químico já estava postada em vários sites, na internet, horas antes do fato acontecer, o que é a prova definitiva de que não foi coisa de sírios, nem do governo nem dos rebeldes, mas uma montagem.
Tanto o governo sírio quanto os rebeldes negam veementemente o uso de tais armas, acusando-se mutuamente.
Diante disso, ou já premeditadamente, o mais provável, Obama cancelou o encontro que teria hoje, 28/8, com os russos, para contornar a situação na Síria.
Os parlamentares britânicos, que se encontram em recesso, foram convocados às pressas para, ainda hoje, votarem a participação da Grã Bretanha na guerra.
Os Estados Unidos já mandaram um quarto vaso de guerra equipado com foguetes subsônicos, capazes de atingirem Damasco, a capital Síria.
Há uma frota britânica posicionada, e aviões franceses.
 Ontem diversos caças e aviões transporte de tropas, britânicos, se dirigiram ao Oriente Médio.
Segundo autoridades americanas, o ataque se dará antes da ONU ser ouvida, e o motivo é óbvio, não dar espaço para que chineses e russos se pronunciem.
Os presidentes da Síria e do Irã afirmaram categoricamente que se invadirem um dos dois países estarão “criando uma bola de fogo que incendiará o mundo árabe e se estenderá para cada capital ocidental”, entenda-se guerra convencional lá e terrorismo no mundo todo, já que sendo islamitas, os diversos grupos terroristas deverão se unir, pelo menos temporariamente.
Em vista disso, Putin deu uma segunda ordem às forças russas, que se reposicionassem, agora não mais para uma possível guerra na Síria, mas para uma guerra generalizada, global, a começar pela destruição da Arábia Saudita, fornecedor estratégico de combustível para o Ocidente.
A China ainda não se pronunciou, ou para servir de fiel  na balança ou para se aproveitar do desgaste militar entre russos e norte americanos e sair fortalecida, após o conflito.

Mas, afinal, o que há por trás disso, porque essa guerra na Síria?
Com a proximidade do fim da recessão, ou semi recessão, na União Européia, deverá haver um aumento muito grande na demanda por GLP (Gás liquefeito de petróleo).
A Rússia pretende estender os seus gasodutos até o coração da Europa, geograficamente falando, e que terão que obrigatoriamente passar pela Síria.
Como concorrente dos russos, as grandes companhias ocidentais, que também querem construir gasodutos partindo da Arábia Saudita e do Qatar, país pequenino mas nadando em petróleo.
Os sauditas e o governo de Qatar armaram os guerrilheiros sírios, para derrubarem o governo, que é alinhado com a Rússia, e instaurarem um governo pró ocidente, barrando as pretensões russas e deixando as grandes empresas de petróleo do ocidente ocuparem.
Este é o motivo, mais uma guerra por petróleo, mais inocentes morrendo (e as fotos, mostrando, são abundantes) porque a humanidade está subordinada ao dinheiro.
É o capitalismo.

Francisco Costa
Rio, 28/08/2013.


Na foto, cadáveres de crianças envenenadas (repare que não há marcas de tiros).

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